Uma linguagem aprazível de leitura, pois relata minuciosamente e com exemplos muitas vezes engraçados, os acontecimentos narrados na revista. Seu formato e linguagem é muito parecido com a revista "Piauí". Quem não conhece, vale a pena ler. Fica a dica!

No entanto, o que mais me chamou a atenção foi uma conversa com o ilustríssimo pintor, Cândido Portinari. No desenrolar desse bate papo questionaram-lhe se sua doença iria afastá-lo do seu trabalho. Nesse ano, o pintor teve os primeiros sintomas de intoxicação das tintas, que lhe foi fatal. Mas, o ápice da conversa foi quando lhe questionaram o motivo pelo qual suas obras eram manifestas por pés grandes e raparigas com odores.
Ele foi criticado por autores pela suas deformações expressionistas. Sua resposta, foi congruente:
"Penso que o artista deve deve buscar em seu país e nas tradições do seu povo, os temas do seu trabalho. Se criar dentro desse sentido nacionalista, terá alcance universal."
Portinari foi considerado um pintor que retratava a realidade brasileira. Os motivos pelos quais suas obras possuem imagens de pessoas com pés grande era relacionado aos pés de trabalhadores brasileiros, que eram sofridos.
Vivemos em um mundo estereotipado em que a realidade nua e crua é mistificada. Quem tem voz nesse mundo, são poucos. A injustiça e a miséria são silenciadas. O ter sempre é mais importante que o ser.
Vale a pena voltar ao passado e ver que os problemas daquela época não são muito dessemelhante do que vivemos atualmente.
Esse exemplar e mais outros da revista " O Cruzeiro" se encontram no CEDOC. Venham conferir!!