quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Viagem no tempo..

Fazendo uma retrospectiva de 57 anos atrás, parando exatamente no dia 27 de novembro( um mês posterior o qual nos encontramos). Já pararam a pensar como o Brasil se encontrava nesse ano? Vamos ver isso de acordo com a revista "O Cruzeiro".
Uma linguagem aprazível de leitura, pois relata minuciosamente e com exemplos muitas vezes engraçados, os acontecimentos narrados na revista. Seu formato e linguagem é muito parecido com a revista "Piauí". Quem não conhece, vale a pena ler. Fica a dica!
Uma grande característica desse exemplar foi o apelo ao público feminino. O Cruzeiro contém várias propagandas destinadas as mulheres. Por exemplo, como se embelezar mais para o seu marido, perfumes e roupas. Também, possui propagandas de Bombril e pasta de dentes para fumantes.
No entanto, o que mais me chamou a atenção foi uma conversa com o ilustríssimo pintor, Cândido Portinari. No desenrolar desse bate papo questionaram-lhe se sua doença iria afastá-lo do seu trabalho. Nesse ano, o pintor teve os primeiros sintomas de intoxicação das tintas, que lhe foi fatal. Mas, o ápice da conversa foi quando lhe questionaram o motivo pelo qual suas obras eram manifestas por pés grandes e raparigas com odores.
Ele foi criticado por autores pela suas deformações expressionistas. Sua resposta, foi congruente:
"Penso que o artista deve deve buscar em seu país e nas tradições do seu povo, os temas do seu trabalho. Se criar dentro desse sentido nacionalista, terá alcance universal."
Portinari foi considerado um pintor que retratava a realidade brasileira. Os motivos pelos quais suas obras possuem imagens de pessoas com pés grande era relacionado aos pés de trabalhadores brasileiros, que eram sofridos.
Vivemos em um mundo estereotipado em que a realidade nua e crua é mistificada. Quem tem voz nesse mundo, são poucos. A injustiça e a miséria são silenciadas. O ter sempre é mais importante que o ser.
Vale a pena voltar ao passado e ver que os problemas daquela época não são muito dessemelhante do que vivemos atualmente.
Esse exemplar e mais outros da revista " O Cruzeiro" se encontram no CEDOC. Venham conferir!!

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Acervo "Pellanda"

 
 O acervo "Pellanda" que se encontra no CEDOC ( Centro de Documentação e Memória) da Universidade de Santa Cruz do Sul, possui vasto material para pesquisa, contendo livros clássicos sobre música, como Renato Almeida e sua obra "História da Música Brasileira" de 1926, e Jacques Chailey e sua La musique médiavalé, dentre outros.
 Porém, para um pesquisador mais atento e sedento por novas descobertas também existem alguns "presentes" guardados nas caixas "700" desse acervo.
Em uma das tardes de pesquisa no CEDOC, consultando a essas caixas, que fascinam qualquer amante da arte, pasmem, dos mais variados contextos históricos, acaba por vir à tona uma obra intrigante e fascinante. Um livro raro e de um período histórico e dos mais importantes a nível nacional, os tão discutidos anos 30, anos de efervescência política e da afirmação de Getúlio Vargas no poder do governo nacional. Mas, que obra  é esta?
Trata-se de um livro reunindo composições de um dos mais promissores violinistas do Rio Grande do Sul. Seu nome? Américo Baldino. O que é intrigante é de não existir pesquisas sobre o período que citam esse compositor, que foi considerado na época uma grande promessa para a música nacional. Promessa que não se cumpriu devido ao seu falecimento precoce aos 26 anos, prestes a casar.
Fica a dica para pesquisadores que trabalham dentro da área da nova história cultural, com biografias que possibilitam reviver períodos históricos que necessitam de maior atenção e são carentes de pesquisa. Convida-se a todos os pesquisadores e amantes das artes para que visitem e prestigiem o acervo do CEDOC.